(Contos populares do Brasil - Sergipe)
Foi um dia um pinto pelado estava pinicando num terreiro, achou um papelzinho e disse: “Bravo! vou levar esta carta ao rei, meu senhor.” E partiu. Chegando adiante, encontrou uma raposa, que lhe disse: “Aonde vai, pinto pelado?” — “Quirrichi; vou levar esta carta a rei, meu senhor.” — “Apois eu também quero ir.” — “Apois entre aqui no meu oveiro”, respondeu o pinto. A raposa entrou e o pinto seguiu. Chegando mais adiante encontrou um rio, que lhe perguntou: “Aonde vai, pinto pelado?” — “Quirrichi; vou levar esta carta a rei, meu senhor.” — “Eu também quero ir.” — “Apois entre aqui no meu oveiro.” Seguiu. Chegando adiante encontrou um espinheiro, que lhe perguntou: “Aonde vai, pinto pelado?” — “Quirrichi; vou levar esta carta a rei, meu senhor.” — “Eu também quero ir.” — “Apois entre aqui no meu oveiro.” Seguiu, e, depois de muito andar, foi ter no palácio do rei. Entrou e entregou a carta. O rei se zangou por aquele atrevimento do pinto lhe ir levar um papel sujo, e o mandou jogar entre as galinhas e galos do poleiro, que muito o espancaram. Aí o pinto largou a raposa que caiu em cima dos galos e galinhas e acabou com tudo. O pinto largou-se para trás a toda a pressa. O rei, quando deu por falta de suas galinhas, mandou pegar o pinto. Saiu gente atrás dele. Mas o pinto quando avistou a gente largou o rio. Foi água por cima do tempo, e a gente não pôde passar. Arranjaram canoas, e passaram sempre; mas o pinto pelado já estava longe. A tropa avançou na carreira, e quando ia chegando perto do pinto, ele largou o espinheiro, e gerou-se no mundo aquela mata de espinhos muito grande e serrada que ninguém pôde varar. Então voltaram todos para trás, e o pinto pelado teve tempo de chegar ao seu terreiro, onde ninguém mais o incomodou.
K
ResponderExcluirConto bobo.
ResponderExcluirMinha avó contava uma versão dessa história, só que muito melhor
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