Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2017)
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A quem atentamente observa a vida
humana e a compara com a dos outros animais que vivem nas proximidades, uma
coisa surpreende. É a sociabilidade, essa espécie de convergência de cada
indivíduo para a vida de um ente semelhante que não se vê. E por depois de
vê-los assim, agitados e egoístas, mesmo sabidamente inimigos dos outros mas
tendendo para o total deles, põe-se a inquirir — por que tal coisa não se dá
também entre os elefantes, as galinhas, entre os cabritos, entre os macacos?
Se o animal homem tem qualidades
superiores a esses, tem também excepcionais defeitos, superioridades que saltam
aos olhos do menos sagaz. A inteligência, longe de um dado do indivíduo, é uma
experiência da sociabilidade, é mesmo a aquisição posterior e que se aferiu
lentamente com a vida social. Todas as razões dos seres humanos nasceram com um
mesmo grau de inteligência, e em um útil encadeamento de vários indivíduos
fizeram-nos grandiosos, e se a inteligência apareceu mais cedo nesse ou naquele
foi porque os laços racionáveis não se frutificaram mais nesse que naquele.
Condições muitas trabalharam para isso.
A inteligência não é nem foi, é
um meio e um meio de fora. Os dados climáticos nos quais a espécie humana
apareceu foram-se, e a célula humana teve artificialmente que obtê-los.
O traumatismo que operou a
sociabilidade humana, num dado momento começou a influir sobre os macacos de
uma ilha esquecida da Malásia.
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