Jogo do Bicho
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2017)
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Camilo, — ou Camilinho, como lhe chamavam
alguns por amizade, — ocupava em um dos arsenais do Rio de janeiro (marinha ou
guerra) um emprego de escrita. Ganhava duzentos mil-réis por mês, sujeitos ao
desconto de taxa e montepio. Era solteiro, mas um dia, pelas férias, foi passar
a noite de Natal com um amigo no subúrbio do Rocha; lá viu uma criaturinha
modesta, vestido azul, olhos pedintes. Três meses depois estavam casados.
Nenhum tinha nada; ele, apenas o emprego, ela
as mãos e as pernas para cuidar da casa toda, que era pequena, e ajudar a preta
velha que a criou e a acompanhou sem ordenado. Foi esta preta que os fez casar
mais depressa. Não que lhes desse tal conselho; a rigor, parecia-lhe melhor que
ela ficasse com a tia viúva, sem obrigações, nem filhos. Mas ninguém lhe pediu
opinião. Como, porém, dissesse um dia que, se sua filha de criação casasse,
iria servi-la de graça, esta frase foi contada a Camilo, e Camilo resolveu
casar dois meses depois. Se pensasse um pouco, talvez não casasse logo; a preta
era velha, eles eram moços, etc. A ideia de que a preta os servia de graça,
entrou por uma verba eterna no orçamento.
Germana, a preta, cumpriu a palavra dada.
— Um caco de gente sempre pode fazer uma
panela de comida, disse ela.
Um ano depois o casal tinha um filho, e a
alegria que trouxe compensou os ônus que traria. Joaninha, a esposa, dispensou
ama, tanto era o leite, e tamanha a robustez, sem contar a falta de dinheiro;
também é certo que nem pensaram nisto.
Tudo eram alegrias para o jovem empregado,
tudo esperanças. Ia haver uma reforma no arsenal, e ele seria promovido.
Enquanto não vinha a reforma, houve uma vaga por morte, e ele acompanhou o
enterro do colega, quase a rir. Em casa não se conteve e riu. Expôs à mulher
tudo o que se ia dar, os nomes dos promovidos, dois, um tal Botelho, protegido
pelo general*** e ele. A promoção veio e apanhou Botelho e outro. Camilo chorou
desesperadamente, deu murros na cama, na mesa e em si.
— Tem paciência, dizia-lhe Joaninha.
— Que paciência? Há cinco anos que marco
passo...
Interrompeu-se. Aquela palavra, da técnica
militar, aplicada por um empregado do arsenal, foi como água na fervura;
consolou-o. Camilo gostou de si mesmo. Chegou a repeti-la aos companheiros
íntimos. Daí a tempos, falando-se outra vez em reforma, Camilo foi ter com o
ministro e disse:
— Veja vossa excelência que há mais de cinco
anos vivo marcando passo.
O grifo é para exprimir a acentuação que ele
deu ao final da frase. Pareceu-lhe que fazia boa impressão ao ministro,
conquanto todas as classes usassem da mesma figura, funcionários, comerciantes,
magistrados, industriais, etc., etc.
Não houve reforma; Camilo acomodou-se e foi
vivendo. Já então tinha algumas dívidas, descontava os ordenados, buscava
trabalhos particulares, às escondidas. Como eram moços e se amavam, o mau tempo
trazia ideia de um céu perpetuamente azul.
Apesar desta explicação, houve uma semana em
que a alegria de Camilo foi extraordinária. Ides ver. Que a posteridade me
ouça. Camilo, pela primeira vez, jogou no bicho. Jogar no bicho não é um
eufemismo como matar o bicho. O jogador escolhe um número, que convencionalmente
representa um bicho, e se tal número acerta de ser o final da sorte grande,
todos os que arriscaram nele os seus vinténs ganham, e todos os que fiaram dos
outros perdem. Começou a vinténs e dizem que está em contos de réis; mas, vamos
ao nosso caso.
Pela primeira vez Camilo jogou no bicho,
escolheu o macaco, e, entrando com cinco tostões, ganhou não sei quantas vezes
mais. Achou nisto tal despropósito que não quis crer, mas afinal foi obrigado a
crer, ver e receber o dinheiro. Naturalmente tornou ao macaco, duas, três,
quatro vezes, mas o animal, meio-homem, falhou às esperanças do primeiro dia.
Camilo recorreu a outros bichos, sem melhor fortuna, e o lucro inteiro tornou à
gaveta do bicheiro. Entendeu que era melhor descansar algum tempo; mas não há
descanso eterno, nem ainda o das sepulturas. Um dia lá vem a mão do arqueólogo
a pesquisar os ossos e as idades.
Camilo tinha fé. A fé abala as montanhas.
Tentou o gato, depois o cão, depois o avestruz; não havendo jogado neles, podia
ser que... Não pôde ser; a fortuna igualou os três animais em não lhes fazer
dar nada. Não queria ir pelos palpites dos
jornais, como faziam alguns amigos. Camilo perguntava como é que meia dúzia de
pessoas, escrevendo notícias, podiam adivinhar os números da sorte grande. De
uma feita, para provar o erro, concordou em aceitar um palpite, comprou no
gato, e ganhou.
— Então? perguntaram-lhe os amigos.
— Nem sempre se há de perder, disse este.
— Acaba-se ganhando sempre, acudiu um; a
questão é tenacidade, não afrouxar nunca.
Apesar disso, Camilo deixou-se ir com os seus
cálculos. Quando muito, cedia a certas indicações que pareciam vir do céu, como
um dito de criança de rua: “Mamãe, por que é que a senhora não joga hoje na
cobra?” Ia-se à cobra e perdia; perdendo, explicava a si mesmo o fato com os
melhores raciocínios deste mundo, e a razão fortalecia a fé.
Em vez de reforma da repartição veio um
aumento de vencimentos, cerca de sessenta mil-réis mensais. Camilo resolveu
batizar o filho, e escolheu para padrinho nada menos que o próprio sujeito que
lhe vendia os bichos, o banqueiro certo. Não havia entre eles relações de
família; parece até que o homem era um solteirão sem parentes. O convite era
tão inopinado, que quase o fez rir, mas viu a sinceridade do moço, e achou tão
honrosa a escolha que aceitou com prazer.
— Não é negócio de casaca?
— Qual, casaca! Coisa modesta.
— Nem carro?
— Carro...
— Para que carro?
— Sim, basta ir a pé. A igreja é perto, na
outra rua.
— Pois a pé.
Qualquer pessoa atilada descobriu já que a ideia
de Camilo é que o batizado fosse de carro. Também descobriu, à vista da
hesitação e do modo, que entrava naquela ideia a de deixar que o carro fosse
pago pelo padrinho; não pagando o padrinho, não pagaria ninguém. Fez-se o
batizado, o padrinho deixou uma lembrança ao afilhado, e prometeu, rindo, que
lhe daria um prêmio na águia.
Esta graçola explica a escolha do pai. Era
desconfiança dele que o bicheiro entrava na boa fortuna dos bichos, e quis
ligar-se-lhe por um laço espiritual. Não jogou logo na águia “para não
espantar”, disse consigo, mas não esqueceu a promessa, e um dia, com ar de
riso, lembrou ao bicheiro:
— Compadre, quando for a águia, diga.
— A águia?
Camilo recordou-lhe o dito; o bicheiro soltou
uma gargalhada.
— Não, compadre; eu não posso adivinhar.
Aquilo foi pura brincadeira. Oxalá que eu lhe pudesse dar um prêmio. A águia
dá; não é comum, mas dá.
— Mas porque é que eu ainda não acertei com
ela?
— Isso não sei; eu não posso dar conselhos,
mas quero crer que você, compadre, não tem paciência no mesmo bicho, não joga
com certa constância. Troca muito. É por isso que poucas vezes tem acertado.
Diga-me cá: quantas vezes tem acertado?
— De cor, não posso dizer, mas trago tudo
muito bem escrito no meu caderno.
— Pois veja, e há de descobrir que todo o seu
mal está em não teimar algum tempo no mesmo bicho. Olhe, um preto, que há três
meses joga na borboleta ganhou hoje e levou uma bolada...
Camilo escrevia efetivamente a despesa e a
receita, mas não as comparava para não conhecer a diferença. Não queria saber
do déficit. Posto que metódico, tinha
o instinto de fechar os olhos à verdade, para não a ver e aborrecer.
Entretanto, a sugestão do compadre era aceitável; talvez a inquietação, a
impaciência, a falta de fixidez nos mesmos bichos fosse a causa de não tirar
nunca nada.
Ao chegar à casa achou a mulher dividida
entre a cozinha e a costura. Germana adoecera e ela fazia o jantar, ao mesmo
tempo que acabava o vestido de uma freguesa. Cosia para fora, a fim de ajudar
as despesas da casa e comprar algum vestido para si. O marido não ocultou o
desgosto da situação. Correu a ver a preta; já a achou melhor da febre com o
quinino que a mulher tinha em casa e lhe dera “por sua imaginação”; e a preta
acrescentou sorrindo:
— Imaginação de nhã Joaninha é boa.
Jantou triste, por ver a mulher tão carregada
de trabalho, mas a alegria dela era tal, apesar de tudo, que o fez alegre
também. Depois do café, foi ao caderno que trazia fechado na gaveta e fez os
seus cálculos. Somou as vezes e os bichos, tantas na cobra, tantas no galo,
tantas no cão e no resto, uma fauna inteira, mas tão sem persistência, que era
fácil desacertar. Não queria somar a despesa e a receita para não receber de
cara um grande golpe, e fechou o caderno. Afinal não pôde, e somou lentamente,
com cuidado para não errar; tinha gasto setecentos e sete mil-réis, e tinha
ganho oitenta e quatro mil-réis, um déficit de seiscentos e vinte e três
mil-réis. Ficou assombrado.
— Não é possível!
Contou outra vez, ainda mais lento, e chegou
a uma diferença de cinco mil-réis para menos. Teve esperanças e novamente somou
as quantias gastas, e achou o primitivo déficit de seiscentos e vinte e três
mil-réis. Trancou o caderno na gaveta; Joaninha, que o vira jantar alegre,
estranhou a mudança e perguntou o que é que tinha.
— Nada.
— Você tem alguma coisa; foi alguma lembrança...
— Não foi nada.
Como a mulher teimasse em saber, engendrou
uma mentira, — uma turra com o chefe da seção, — coisa de nada.
— Mas você estava alegre...
— Prova de que não vale nada. Agora
lembrou-me... e estava pensando no caso, mas não é nada. Vamos à bisca.
A bisca era o espetáculo deles, a Ópera, a
Rua do Ouvidor, Petrópolis, Tijuca, tudo o que podia exprimir um recreio, um
passeio, um repouso. A alegria da esposa voltou ao que era. Quanto ao marido,
se não ficou tão expansivo como de costume, achou algum prazer e muita
esperança nos números das cartas. Jogou a bisca fazendo cálculos, conforme a
primeira carta que saísse, depois a segunda, depois a terceira; esperou a
última; adotou outras combinações, a ver os bichos que correspondiam a elas, e
viu muito deles, mas principalmente o macaco e a cobra; firmou-se nestes.
— O meu plano está feito, saiu pensando no
dia seguinte, vou até aos setecentos mil-réis. Se não tirar quantia grossa que
anime, não compro mais.
Firmou-se na cobra, por causa da astúcia, e
caminhou para a casa do compadre. Confessou-lhe que aceitara o seu conselho, e
começava a teimar na cobra.
— A cobra é boa, disse o compadre.
Camilo jogou uma semana inteira na cobra, sem
tirar nada. Ao sétimo dia, lembrou-se de fixar mentalmente uma preferência, e
escolheu a cobra-coral, perdeu; no dia seguinte, chamou-lhe cascavel, perdeu
também; veio à surucucu, à jiboia, à jararaca, e nenhuma variedade saiu da
mesma tristíssima fortuna. Mudou de rumo. Mudaria sem razão, apesar da promessa
feita; mas o que propriamente o determinou a isto foi o encontro de um carro
que ia matando um pobre menino. Correu gente, correu polícia, o menino foi
levado à farmácia, o cocheiro ao posto da guarda. Camilo só reparou bem no
número do carro, cuja terminação correspondia ao carneiro; adotou o carneiro. O
carneiro não foi mais feliz que a cobra.
Não obstante, Camilo apoderou-se daquele
processo de adotar um bicho, e jogar nele até estafá-lo: era ir pelos números
adventícios. Por exemplo, entrava por uma rua com os olhos no chão, dava
quarenta, sessenta, oitenta passos, erguia repentinamente os olhos e fitava a
primeira casa à direita ou à esquerda, tomava o número e ia dali ao bicho
correspondente. Tinha já gasto o processo de números escritos e postos dentro
do chapéu, o de um bilhete do Tesouro, — coisa rara, — e cem outras formas, que
se repetiam ou se completavam. Em todo caso, ia descambando na impaciência e
variava muito. Um dia resolveu fixar-se no leão; o compadre, quando reconheceu
que efetivamente não saía do rei dos animais, deu graças a Deus.
— Ora, graças a Deus que o vejo capaz de dar
o grande bote. O leão tem andado esquivo, é provável que derrube tudo, mais
hoje, mais amanhã.
— Esquivo? Mas então não quererá dizer?...
— Ao contrário.
Dizer quê? Ao contrário, quê? Palavras
escuras, mas para quem tem fé e lida com números, nada mais claro. Camilo
elevou ainda mais a soma da aposta. Faltava pouco para os setecentos mil-réis;
ou vencia ou morria.
A jovem consorte mantinha a alegria da casa,
por mais dura que fosse a vida, grossos os trabalhos, crescentes as dívidas e
os empréstimos, e até não raras as fomes. Não lhe cabia culpa, mas tinha
paciência. Ele, em chegando aos setecentos mil-réis, trancaria a porta. O leão
não queria dar. Camilo pensou em trocá-lo por outro bicho, mas o compadre
afligia-se tanto com essa frouxidão, que ele acabaria entre os braços da
realeza. Faltava já pouco; enfim, pouquíssimo.
— Hoje respiro, disse Camilo à esposa. Aqui
está a nota última.
Cerca das duas horas, estando à mesa da
repartição, a copiar um grave documento, Camilo ia calculando os números e
descrendo da sorte. O documento tinha algarismos; ele errou-os muita vez, por
causa do atropelo em que uns e outros lhe andavam no cérebro. A troca era
fácil; os seus vinham mais vezes ao papel que os do documento original. E o
pior é que ele não dava por isso, escrevia o leão em vez de transcrever a soma
exata das toneladas de pólvora...
De repente, entra na sala um contínuo,
chega-se-lhe ao ouvido, e diz que o leão dera. Camilo deixou cair a pena, e a
tinta inutilizou a cópia quase acabada. Se a ocasião fosse outra, era caso de
dar um murro no papel e quebrar a pena, mas a ocasião era esta, e o papel e a
pena escaparam às violências mais justas deste mundo; o leão dera. Mas, como a
dúvida não morre:
— Quem é que disse que o leão deu? perguntou
Camilo baixinho.
— O moço que me vendeu na cobra.
— Então foi a cobra que deu.
— Não, senhor; ele é que se enganou e veio
trazer a notícia pensando que eu tinha comprado no leão, mas foi na cobra.
— Você está certo?
— Certíssimo.
Camilo quis deitar a correr, mas o papel
borrado de tinta acenou-lhe que não. Foi ao chefe, contou-lhe o desastre e
pediu para fazer a cópia no dia seguinte; viria mais cedo, ou levaria o
original para casa...
— Que está dizendo? A cópia há de ficar
pronta hoje.
— Mas são quase três horas.
— Prorrogo o expediente.
Camilo teve vontade de prorrogar o chefe até
ao mar, se lhe era lícito dar tal uso ao verbo e ao regulamento. Voltou à mesa,
pegou de uma folha de papel e começou a escrever o requerimento de demissão. O
leão dera; podia mandar embora aquele inferno. Tudo isto em segundos rápidos,
apenas um minuto e meio. Não tendo remédio, entrou a recopiar o documento, e
antes das quatro horas estava acabado. A letra saiu tremida, desigual, raivosa,
agora melancólica, pouco a pouco alegre, à medida que o leão dizia ao ouvido do
amanuense, adoçando a voz: Eu dei! eu dei!
— Ora, chegue-se, dê cá um abraço, disse-lhe
o compadre, quando ele ali apareceu. Afinal a sorte começa a protegê-lo.
— Quanto?
— Cento e cinco mil-réis.
Camilo pegou em si e nos cento e cinco
mil-réis, e só na rua advertiu que não agradecera ao compadre; parou, hesitou,
continuou. Cento e cinco mil-réis! Tinha ânsia de levar à mulher aquela
notícia; mas, assim... só?...
— Sim, é preciso festejar esse acontecimento.
Um dia não são dias. Devo agradecer ao céu a fortuna que me deu. Um pratinho
melhor à mesa...
Viu perto uma confeitaria; entrou por ela e
espraiou os olhos, sem escolher nada. O confeiteiro veio ajudá-lo, e, notando a
incerteza de Camilo entre mesa e sobremesa, resolveu vender-lhe ambas as
coisas. Começou por um pastelão, “um rico pastelão, que enchia os olhos, antes
de encher a boca e o estômago”. A sobremesa foi “um rico pudim”, em que havia
escrito, com letras de massa branca este viva eterno: “Viva a esperança!”. A
alegria de Camilo foi tanta e tão estrepitosa que o homem não teve remédio
senão oferecer-lhe vinho também, uma ou duas garrafas. Duas.
— Isto não vai sem Porto; eu lhe mando tudo
por um menino. Não é longe?
Camilo aceitou e pagou. Entendeu-se com o
menino acerca da casa e do que faria. Que lhe não batesse à porta; chegasse e
esperasse por ele; podia ser que ainda não estivesse em casa; se estivesse,
viria à janela, de quando em quando. Pagou dezesseis mil-réis e saiu.
Estava tão contente com o jantar que levava e
o espanto da mulher, nem se lembrou de presentear Joaninha com alguma joia.
Esta ideia só o assaltou no bonde, andando; desceu e voltou a pé, a buscar um
mimo de ouro, um broche que fosse, com uma pedra preciosa. Achou um broche
nestas condições, tão modesto no preço, cinquenta mil-réis — que ficou
admirado; mas comprou-o assim mesmo, e voou para casa.
Ao chegar, estava à porta o menino, com cara
de o haver já descomposto e mandado ao diabo. Tirou-lhe os embrulhos e
ofereceu-lhe uma gorjeta.
— Não, senhor, o patrão não quer.
— Pois não diga ao patrão; pegue lá dez
tostões; servem para comprar na cobra, compre na cobra.
Isto de lhe indicar o bicho que não dera, em
vez do leão, que dera, não foi cálculo nem perversidade; foi talvez confusão. O
menino recebeu os dez tostões, ele entrou para casa com os embrulhos e a alma
nas mãos e trinta e oito mil-réis na algibeira.
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