Divórcio (Conto), de Guy de Maupassant
Publicado originalmente na revista "Fon-Fon", em sua edição de 5 de dezembro de 1953. A pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica é de Iba Mendes (2016)
Publicado originalmente na revista "Fon-Fon", em sua edição de 5 de dezembro de 1953. A pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica é de Iba Mendes (2016)
O Dr. Bontran, célebre advogado parisiense, que há dez anos separa os casais que não se combinam, abriu a porta do seu consultório e afastou-se para deixar passar o novo cliente. Era um homem alto e ruborizado! barrigudo, expansivo e vigoroso. — Sente-se, disse o advogado. — O cliente sentou-se e depois de tossir um pouco:
— Venho pedir-lhe, doutor, que faça o meu
divórcio. Sou um antigo advogado, tenho trinta e sete anos. Tive um casamento
muito infeliz. Meu caso é especial e as queixas que tenho contra minha mulher
são de natureza particular. Mas, começo pelo princípio. Casei-me de maneira
muito estranha. Eis o que me aconteceu, doutor.
Como
disse, era advogado em Rouen; não passava necessidade, mas ganhava pouco e era
obrigado a certas economias, o que, na minha idade, é um tanto desagradável.
Como advogado, lia cuidadosamente os anúncios dos jornais, as ofertas e
procuras, as correspondências etc., e mais de uma vez tive ocasião de arranjar
para meus clientes alguns casamentos vantajosos. Um dia, leio o seguinte: “Moça
bonita, bem educada, desposaria homem honrado, trazendo-lhe dois milhões e
quinhentos mil francos de dote.”
Justamente
nesse dia eu jantava com dois amigos, um outro advogado e um industrial.
Falamos sobre casamentos, eu me referi à moça dos dois milhões e quinhentos mil
francos. O advogado vira excelentes matrimônios contratadas em idênticas
situações, e acrescentou:
— Por que
não pegas a oportunidade? Não seria nada mau, heim? Possuir dois milhões e
quinhentos mil francos.
Rimos,
falamos noutra coisa. Uma hora depois, entrei em casa. Estava frio naquela
noite. Eu morava numa casa velha, muito úmida. Ao colocar a mão no corrimão de
ferro da escada, senti um estremecimento gelado no braço. A parede estava ainda
mais fria, e todos aqueles gélidos tremores pareciam juntar-se no meu peito,
enchendo-me de angústia, de tristeza e apatia. Murmurei: Arre! se ou tivesse
aqueles dois milhos e quinhentos mil!
Meu
quarto era lúgubre, a cama grande, um armário, uma cômoda, uma penteadeira, sem
lareira. Roupas sobre as cadeiras, papéis no chão. Pus-me a cantarolar. Ao
deitar-me, pus-me a pensar na mulher, de um modo genérico. Pensei tanto, que
custei a dormi.
No dia
seguinte, ao abrir os olhos, de madrugada, lembrei-me que precisava estar às
oito horas em Darnétal, para um caso importante. Era preciso levantar-me às
seis, e nevava! Puxa! se eu tivesse aqueles dos milhões e quinhentos mil!
Voltei ao
cartório às dez horas. Que cheiro de papéis velhos, de roupas usadas, camisas,
cabelos, peles, peles de inverno, mal lavadas, tudo isso esquentando-a dezoito
graus! Almocei, como sempre, uma costeleta queimada e um pedaço de queijo.
Depois pus-me a trabalhar. Foi aí que pensei seriamente, pela primeira vez, na
moça dos dois milhões e quinhentos mil. Quem seria? Por que não escrever? Por
que não saber? Enfim, doutor, vou encurtar o relato. Durante quinze dias essa
ideia me obcecou, me torturou. Todos os meus aborrecimentozinhos e pequenas
misérias de todos os dias picaram-me, como agulhadas, e cada um desses
sofrimentos me fazia logo pensar na moça dos dois milhões e quinhentos mil
francos. Imaginei sua história. Quando se deseja uma coisa, doutor, imagina-se
que ela seja tal como se quer. É claro que não era muito natural que uma moça
de boa família, com um dote daqueles, procurasse um marido pelos jornais. No
entanto, era bem provável que ela fosse honrada e infeliz.
Sonhei...
Uma moça, filha natural de um novo-rico e de uma criada de quarto, tendo
herdado de repente do pai, soubera ao mesmo tempo o desdouro do seu nascimento,
e para não o ter que revelar a algum homem que a amasse, apelava para os
desconhecidos por um meio muito comum. Minha suposição era estúpida.
Entretanto, a ela me agarrei. Nós, advogados, nunca deveríamos ler romances,
doutor, mas eu lia. Escrevi, pois, em nome de um cliente imaginário, e esperei.
Cinco dias depois, às três horas da tarde, trabalhava no meu escritório quando
me anunciaram a srta. Chantefrise. Apareceu-me uma mulher de uns trinta anos,
um pouco alta, morena, ar embaraçado.
— Sente,
senhorita. — Ela sentou-se e murmurou:
— Sou eu,
doutor.
— Mas não
tenho a honra de conhecê-la.
— A moça
a quem o sr. escreveu.
— Para um
casamento?
— Sim,
senhor.
— Ah! muito bem!
— Vim em
pessoa, porque essas coisas a gente trata melhor pessoalmente.
—
Concordo, senhorita. Então, deseja casar-se?
— Sim,
senhor.
— Tem
família? — Ela hesitou, abaixou os olhos e balbuciou:
— Não,
senhor... minha mãe... e meu pai... morreram.
Estremeci.
Então eu adivinhara! e uma simpatia despertou bruscamente em meu coração pela
pobre criatura. Não insisti, para não lhe ferir a sensibilidade, e acrescentei:
— Então
possui uma fortuna considerável? — Ela respondeu, dessa vez sem hesitar:
— Oh! sim
senhor.
Olhava-a
com grande atenção, e, para dizer a verdade, não me desagradava, embora fosse
já um pouco madura, mais do que eu pensara. Era uma moça bonita, o tipo da
mulher dominadora.
E tive a
ideia de representar uma pequena comédia de sentimento, de me apaixonar por
ela, de suplantar o meu cliente imaginário, quando me assegurasse de que o dote
não era ilusório. Falei-lhe do meu cliente, que descrevi como um homem triste,
muito honrado, um pouco doente. Ela disse com veemência:
— Oh!
doutor, eu gosto de gente com saúde!
— A
senhorita vai vê-lo, aliás, mas não antes de três ou quatro dias, pois ele
embarcou ontem, para a Inglaterra.
— Que
pena! exclamou ela.
— Tem
pressa de voltar para sua cidade?
—
Nenhuma.
— Então
fique aqui. Esforçar-me-ei por ajudá-la a fazer passar o tempo.
— O
senhor é muito amável, doutor.
— Está no
hotel? — Ela disse o nome do melhor hotel de Rouen.
— Então,
senhora, permite ao seu futuro advogado que a convide para jantar, hoje? — Ela
pareceu hesitar, inquieta, indecisa; depois, resolveu-se:
— Está
bem, doutor.
— Vou
buscá-la às sete horas.
— Está
bem.
— Então,
até logo mais, senhorita?
— Sim,
senhor. Até logo mais. — E acompanhei-a até a porta.
Às sete
horas, cheguei ao hotel. Ela se vestira toda para mim e recebeu-me muito
graciosa. Levei-a para jantar num restaurante onde era conhecido, e pedi um
jantar perturbador. Uma hora depois, estávamos muito amigos, e ela me contou
seu caso. Filha de uma grande senhora seduzida por um cavalheiro importante,
fora educada em casa de uns camponeses. Agora estava rica, pois herdara grandes
quantias de seu pai e de sua mãe, cujos nomes não diria jamais. Seria inútil
pedir-lhe que dissesse, inútil suplicar, não os diria. Como eu não fazia
questão nenhuma de saber, perguntei-lhe sobre a sua fortuna. Falou disso como
mulher prática, segura do si mesma, certa dos algarismos, dos títulos, dos
juros, das rendas e das aplicações do dinheiro. Sua competência, nessa matéria,
deu-me logo grande confiança nela, e tornei-me galante, com certas reservas;
mas mostrei-lhe claramente que me interessava.
Ofereci-lhe
champanhe, e eu também bebi, o que me confundiu um pouco as ideias. Senti
claramente que ia tornar-me atrevido e tive medo, medo de mim, medo dela, medo
que ficasse um tanto comovida e sucumbisse. Para acalmar-me, recomecei a
falar-lhe do dote, que era preciso demonstrar de maneira firme, pois que meu
cliente era homem de negócios. Ela respondeu com alegria:
— Oh! eu
sei. Trouxe aqui todas as provas.
— Estão
no hotel? Pode mostrá-las?
— Pois
não!
— Hoje
mesmo?
— Está
bem.
Isso me
salvava. Paguei a conta, e fomos para o hotel. De fato, trouxera todos os
títulos. No podia duvidar, aIi estavam, eu os pegava e os lia. Isso me pôs tal
alegria no coração que senti imediatamente um violento desejo de beijá-la.
Era um
desejo casto, desejo de homem feliz. E
beijei-a. Uma vez, duas, dez... tanto que... a champanhe ajudando... sucumbi. O
melhor, não... ela sucumbiu.
Ah!
doutor! como fiquei, depois daquilo! e ela, então! Chorava como uma louca! suplicando-me
que não a traísse, que não a perdesse. Prometi-lhe tudo o que ela quis, e saí
num estado de espírito lamentável.
Que
fazer? abusara da minha cliente. Isso não seria nada se eu tivesse de fato um
cliente pare ela, mas não tinha. O cliente ere eu, o cliente ingênuo, o cliente
enganado, enganado por si mesmo! Que situação! Poderia abandoná-la, é verdade.
Mas o dote o belo dote, o bom dote, palpável, seguro! Além disso, teria o
direito de deixar aquela pobre moça, depois de a haver seduzido? Mas quantos
aborrecimentos mais tarde!... Que pouca segurança com uma mulher que sucumbia
assim!...
Passei
horrível noite de indecisão, torturado de remorsos, devastado de receios,
sacudido por todos os escrúpulos. Mas, pela manhã, minha razão se esclareceu.
Vesti-me com cuidado e apresentei-me, às onze horas, no hotel. Vendo-me, ela
enrubesceu até os olhos. Disse-lhe:
—
Senhorita, só me resta fazer uma coisa para reparar o mal. Peço sua mão em
casamento. Ela balbuciou:
— Está
bem, eu lhe dou. Casamo-nos.
Tudo foi uma
maravilha durante seis meses. Passei adiante o cartório, vivia das rendas, e na
verdade não tinha nenhuma reclamação a fazer de minha mulher. No entanto, notei
aos poucos que, de quando em quando, ela saía e demorava fora de casa. Era
sempre em dias fixos, numa semana era na terça-feira, na outra era na sexta.
Acreditei-me enganado, o segui-a.
Era uma
terça-feira. Ela saiu a pé a uma hora, desceu a rua da República, virou à direita
pela rua que segue o palácio arquiepiscopal, tomou a rua da Ponte Grande até o
Sena, seguiu o cais até a Ponte de Pedra, atravessou o rio. A partir desse
momento, pareceu inquieta, virando-se com frequência, olhando para todos os que
passavam. Como eu me disfarçara em carvoeiro, não me reconheceu.
Enfim,
entrou na estação da margem esquerda; já não tinha mais dúvida, seu amante ia
chegar pelo trem de uma hora e quarenta e cinco. Escondi-me atrás de um
caminhão e esperei. Um apito... um alvoroço de passageiros... Ela se aproxima,
corre, segura nos braços uma menininha de três anos, que uma gorda camponesa
acompanha, e beija-a com paixão. Depois vira-se, observa outra criança, menor,
menina ou menino, carregado por outra camponesa, atira-se a ela, abraça-a com
violência, e segue, acompanhada pelos dois garotinhos e pelas duas amas, em
direção à longa, sombria e deserta alameda.
Voltei,
transtornado, compreendendo e não compreendendo, não ousando adivinhar. Quando
chegou para jantar, atirei-me a ela, gritando:
— Que
crianças são aquelas?
— Quais
crianças?
— Aquelas
que você esperou no trem de Santo-Severo?
Ela
soltou um grito e desmaiou.
Quando
voltou a si, confessou-me, num dilúvio de lágrimas, que tinha quatro filhos.
Sim, doutor, dois para a terça-feira — duas meninas — e dois para a sexta-feira — dois meninos. E
era aquela — que vergonha! a origem da
sua fortuna. Os quatro pais!...
Foi assim
que ela constituiu o dote.
Agora,
doutor, que me aconselha?
O
advogado respondeu gravemente:
—
Reconheça seus filhos, senhor.
Eu nunca soube que as pessoas ainda têm poderes e fazer as coisas acontecerem desta forma. Meu nome é Linda Smith, meu Marido Alexandra Rod me deixou por outra menina por três meses desde então minha vida foi preenchida com dores de pena e quebra de coração porque ele era meu primeiro amor, Uma amiga minha Stephanie me disse que ela viu alguns testemunhos de Este grande Dr. Luke Lele Spell Templo que ele pode trazer de volta o meu amante dentro de alguns dias, eu rir e disse que não estou interessado, mas por causa do amor meu amigo tinha para mim, Ela consultou o grande padre em meu nome e Para minha maior surpresa depois de três dias meu marido me chamou pela primeira vez depois de três meses que ele está sentindo falta de mim e que ele é tão triste por tudo que ele me fez passar. Eu ainda não posso acreditar, porque ele altamente inacreditável é muito real para ser real. Obrigado Dr. Luke Lele para trazer de volta meu marido e também para o meu amável amigo que intercedeu em meu nome, para qualquer um que possa precisar da ajuda deste grande sacerdote você pode entrar em contato com o Herbalist grande e um conjurador de feitiço em drlelespelltemple@outlook.com
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