O mito do “Voto Consciente”
“Voto não tem preço, tem conseqüência”, alertavam campanhas
publicitárias em eleições passadas.
Sempre que se aproxima o período eleitoral no Brasil,
torna-se vulgar o emprego de expressões
do tipo: “Vote consciente”, “Vote corretamente”, “Vote com responsabilidade”,
“Vote limpo” etc. Dizem alguns que o combate à corrupção começa com um “voto
consciente e responsável”. Mas, afinal, de que se trata exatamente o tal
famigerado “voto consciente”? Pode-se realmente falar em “voto consciente” num
país onde a consciência dos que vão ser eleitos fica escancaradamente restrita
aos seus próprios interesses e ambições? Será mesmo que o voto exercido mediante um
conhecimento crítico e cuidadoso do
candidato, oferece alguma segurança quanto ao seu comportamento ético durante
o período de
exercício do mandato eleitoral?
Confesso que acreditei com afinco durante vinte anos nesse engodo midiático. Desde o meu primeiro voto sempre tive em conta que o “bom” uso da “urna” seria capaz de mudar a cara Brasil. Ledo engano!
Desde a primeira eleição direta para presidente ocorrida em 1989, quando foi eleito Fernando Collor, nada se alterou no Brasil quanto à responsabilidade ética dos nossos candidatos. A corrupção manteve-se durante esse tempo como parte intrínseca e visceral da cultura política dos nossos supostos representantes.
Confesso que acreditei com afinco durante vinte anos nesse engodo midiático. Desde o meu primeiro voto sempre tive em conta que o “bom” uso da “urna” seria capaz de mudar a cara Brasil. Ledo engano!
Desde a primeira eleição direta para presidente ocorrida em 1989, quando foi eleito Fernando Collor, nada se alterou no Brasil quanto à responsabilidade ética dos nossos candidatos. A corrupção manteve-se durante esse tempo como parte intrínseca e visceral da cultura política dos nossos supostos representantes.
A
despeito das exaltadas campanhas em prol da integridade moral dos candidatos a
cargos públicos, o fato é que os nossos políticos continuam surrupiando –
religiosamente - o dinheiro do povo, mantendo assim um legado de promiscuidade que remonta aos antigos tempos da colonização.
Enquanto isso, permanece a utópica esperança de que o Brasil pode mudar através do “voto
consciente”. Bom para os políticos!
Ora,
para se crer que o voto tenha realmente a virtude de mudar os rumos da nossa
nação, deveríamos partir do pressuposto de que os políticos eleitos
legitimamente por meio do tal “voto consciente” fariam jus à confiança neles depositada, o que nunca ocorreu. Portanto, o “voto
consciente” dilui na utopia pela simples
ausência de alternativas. Seja qual for o candidato, a corrupção continuará
como uma gangrena incurável, pelo menos
mediante os métodos “tradicionais” de que dispomos.
Quando se fala em “votar corretamente” parte-se do princípio de que determinado candidato, quando eleito, terá plenas condições para atuar na transformação política e social da nação. Todavia, a realidade tem mostrado que os interesses políticos, por uma “peculiaridade” própria do Brasil, propagam-se como um vírus altamente contagioso. Tão logo sentem o “gostinho” do poder e passam a fazer parte deste “jogo ”, escarram na própria boca em que beijaram, rindo até cuspirem o fígado daqueles que os elegeram “conscientemente”. Sim, pois como bem disse alguém: "A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa."
Quando se fala em “votar corretamente” parte-se do princípio de que determinado candidato, quando eleito, terá plenas condições para atuar na transformação política e social da nação. Todavia, a realidade tem mostrado que os interesses políticos, por uma “peculiaridade” própria do Brasil, propagam-se como um vírus altamente contagioso. Tão logo sentem o “gostinho” do poder e passam a fazer parte deste “jogo ”, escarram na própria boca em que beijaram, rindo até cuspirem o fígado daqueles que os elegeram “conscientemente”. Sim, pois como bem disse alguém: "A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa."
É
isso!
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Por: Iba Mendes (setembro, 2013)
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